
Na realidade, eu havia entrado num blog muito especial, muito diferente de todos os que já conhecia e onde viria a encontrar uma senhora de nome Ana Ramon que com 15 anos, havia entrado num pequeno grupo de jovens entusiastas pelas coisas do espaço, aquele imensa aventura dos astronautas, os satélites, os foguetões, a NASA, o nosso Mundo visto do espaço sideral, etc. quando ainda estava a estudar em Almada.
A sua forma deliciosa de escrever e relatar, era emocionante !
A sua forma deliciosa de escrever e relatar, era emocionante !
Realmente, lá estava um seu artigo intitulado "O ALBUM DE RECORTES", onde vim a saber do seu enorme entusiasmo pelas coisas científicas, tanto de meu gosto, e raro nas senhoras, e dedicava carinhosas palavras ao meu então assassinado irmão, em Angola, em Julho de 1976, Carlos Mar, no seu Observatório da Mulemba.
Ela e o seu pequeno grupo de entusiastas, lembraram-se de pedir apoio a este meu irmão, e dele recebeu de imediato, correspondência com muitas explicações do que poderiam fazer em prol do desenvolvimento destes assuntos tão transcendentes, na época, e em especial para jovens, cheios de dificuldades financeiras e especialmente uma garota tão linda.
Como ele gostava e tinha muita habilidade para desenhar, as suas cartas eram repletas de desenhos explicativos.
Assim, além de o ter conhecido pessoalmente e o ouvido tocar piano, que ele adorava tocar de ouvido, ainda ficou a saborear as suas experiências no Observatório, e da forma como ele lá ia conseguindo manter aquilo tudo em funcionamento, usando materiais de sucata, como latas e latinhas de todos os feitios e tamanhos...velhas máquinas fotográficas e muito material de rádio, pistolas para pesca submarina...etc.etc.
É provável que a Ana Ramon, tivesse até ficado "deslumbrada" com aqueles olhos azuis e tão fluente forma de falar de coisas tão sérias e complicadas para eles todos...
Naquela época, nem se tinha ainda ouvido falar de Internet, nem blogs, nem nada...
Naquela época, nem se tinha ainda ouvido falar de Internet, nem blogs, nem nada...
Só se ouvia falar de NASA, de foguetões, de satélites, de radiocomunicações, em que ele era exímio como radioamador com indicativo CR6CH, especialmente em transmissão de Morse...etc.etc.
Mal sabia ela, de que esse Carlos Mar Bettencourt Faria, era o meu único irmão e só 3 anos mais velho do que eu...a única pessoa neste Mundo, que conviveu com ele, em garoto e, com a ajuda do nosso professor Primário, Sr.Santos, nos ajudou a entender o que era a rádio e as telecomunicações, que estavam a nascer.
Mal sabia ela, de que esse Carlos Mar Bettencourt Faria, era o meu único irmão e só 3 anos mais velho do que eu...a única pessoa neste Mundo, que conviveu com ele, em garoto e, com a ajuda do nosso professor Primário, Sr.Santos, nos ajudou a entender o que era a rádio e as telecomunicações, que estavam a nascer.
Assim, como ela tem lá o seu e-mail, eu lhe escrevi a agradecer as tão simpáticas palavras e os elogios que tinha feito a meu irmão e até enviar-lhe uma foto minha e falando do que eu tinha estado a fazer não só em miúdo, na companhia de meu irmão Carlos, mas também a minha vida mais ou menos rocambolesca que tenho descrito neste blog, imensas vezes...
Como esta Ana não tem os "dedos enferrujados", logo iniciámos uma troca diária de correio que se tem prolongado até aos dias de hoje, em que ela, sempre muito engraçada e versátil, me vai descrevendo o seu dia a dia, numa enorme quinta que possui, lá para o Norte de Portugal, perto de Viseu, agora casada e feliz, já com filhos e netos.
É curioso que tendo MSN, eu já a vi a dedilhar o seu teclado, num dia em que estava um seu neto a brincar no MSN e eu o chamei e ele me respondeu. Mas, como eram horas de almoçar, ainda vi a Ana pela WEBCAM e a dizer-lhe para parar com aquilo, para irem almoçar, mas lá falar para mim... é que nada!
Ela diz, perante os meus protestos, que prefere "falar pelos dedos"... Há aqui um mistério enorme para eu desvendar !!!
Aquela vida no meio do campo, como não podia deixar de ser, a entusiasma profundamente, não só ao assistir ao nascimento de imensos animais, mas com tristeza, assistir à morte de alguns ou até a um incêndio pavoroso que lhe invadiu a propriedade e lhe destruiu imenso arvoredo e imensas árvores de fruto !
Aquela vida no meio do campo, como não podia deixar de ser, a entusiasma profundamente, não só ao assistir ao nascimento de imensos animais, mas com tristeza, assistir à morte de alguns ou até a um incêndio pavoroso que lhe invadiu a propriedade e lhe destruiu imenso arvoredo e imensas árvores de fruto !
Mas esta Ana não esmoreceu e conseguiu ir recuperando toda a área ardida, embora se veja aflita com a sua conservação e protecção, para não ter de assistir, novamente, à entrada de fogos.
Ela quer saber os nomes de tudo e os porquês, mas logo de seguida, entra pela INTERNET a dentro, ou procura literatura apropriada, à procura de mais detalhes explicativos e quando o assunto lhe agrada, vem para o seu blog, explicar por onde andou e do que ficou a saber, dando origem a fabulosos escritos explicativos em minúcia.
Ela aqui está, como é hoje!
Ela aqui está, como é hoje!

Nós rimos e brincamos com tudo o que nos vai acontecendo no dia a dia e umas vezes explica-me ela, noutras explico eu e assim vamos brincando com uma amizade que não pode ser melhor.
Um dia, e relembrando um doce de figos que a minha falecida esposa fazia e era muito admirado, eu fui ver no livrinho de apontamentos da minha esposa, como aquilo era feito e enviei-lhe via e-mail.
Pois como ela tinha lá alguns figos ainda, foi logo experimentar e descrever no seu blog, com fotografias das várias etapas, como tinha feito e no que tinha resultado, em 22 de Outubro do ano passado, a que deu o título jocoso mas muito amável, "Quando os homens da ciência, falam de compotas", onde tece muitas palavras de carinho, sobre a "fórmula" do doce de figo e, com belas fotos a acompanhar, da sequência dos preparativos.
Só falta agarrar um dos figos pelo seu pé, e meter na boca à dentada, ficando, pela certa, todo lambuzado, mas deliciado, como ela ficou !!!
Vive sempre rodeada de música de muitos estilos, ou cantarolando junto dos filhos e netas, ou manuseando as várias máquinas de que necessita para os trabalhos de campo, ou trocando as posições dos ovos na sua chocadeira, ainda consegue tempo para se dedicar ao seu blog, nem que seja até às tantas da madrugada...
Falar desta mulher, é realmente muito difícil, dada a sua versatilidade e tão depressa está a falar de cogumelos, como de flores exóticas, como de doenças nos animais, como doenças nas plantas, como passa para outros imensos assuntos, todos deliciosos de ler.
Falar desta mulher, é realmente muito difícil, dada a sua versatilidade e tão depressa está a falar de cogumelos, como de flores exóticas, como de doenças nos animais, como doenças nas plantas, como passa para outros imensos assuntos, todos deliciosos de ler.
Ana Ramon, é das pessoas mais interessantes que nestes meus 80 anos, vim a descobrir pela NET, embora muito só, porque o marido trabalha em Lisboa, mas sempre rodeada dos seus ferozes cães...não vá o diabo tecê-las !