domingo, 3 de janeiro de 2010

AFINAL SOMOS TODOS CULPADOS ( 3 )

A TREMENDA BUROCRACIA

Crónica nº. 113 Janeiro 3-1-2010


Quando, em 1927, o Eng. Piloto Aeronáutico espanhol, Juan de La Cierva, descobriu os autogiros, ou ROTOR CRAFTS, ou GIROCÓPTEROS, e provou que era uma nova máquina voadora de imenso interesse, dado que nunca entrava em perda, encontrou em Espanha, sérias dificuldades, a ponto de ter aceite o convite da aviação inglesa, para lá os construir e começar a voar. Ele defendia que os aviões entravam em perda, quando tinham falta de potência, à descolagem e, infelizmente veio a perder a vida, numa destas situações, do avião que o iria transportar a Inglaterra.

Ele desejava obter uma aeronave que tivesse uma aterragem e descolagem, muito rápida, pondo a funcionar umas ASAS ROTATIVAS, mas os pilotos dos aviões, não sentiam qualquer atracção, nem confiança, pelo que em todo o mundo aeronáutico, encontrou sérias dificuldades de autorização.

Hoje, passados 83 anos, e já estando a voar imensos autogiros, já ninguém se admira de os ver a voar, e dado que não possui asas fixas, pode ser guardado em sítios tão restritos, como o de qualquer automóvel.

Em Portugal, já existem uns 20, embora legalizados em Espanha.
Os autogiros já estavam a voar há muito tempo, ainda os helicópteros andavam aos saltinhos e eram muito complicados de pilotar, mas era o que os militares desejavam e actualmente os autogiros só estão na mão dos carolas das ASAS ROTATIVAS e muito mais baratos do que qualquer helicóptero.
O mais interessante disto tudo, é que, por falha de motor, num helicóptero, o piloto só se salva, se colocar o helicóptero em AUTOROTAÇÂO, ou seja, transformando-o em AUTOGIRO.
Por este motivo, os carolas das asas rotativas, o consideram a aeronave mais segura que existe.
Isto vem a propósito das entidades oficiais de muitos Governos, dificultarem a legislação necessária para qualquer pessoa os poder comprar e pilotar, como tem acontecido em Portugal.
Os pilotos portugueses, têm de ir a Espanha, como se referiu acima, onde entretanto o governo espanhol os acabou por aceitar, e andar a voar em Portugal, com CARTA espanhola, o que é uma vergonha...
Aliás, já as ASAS DELTA estavam a voar em Portugal, mas levou muito tempo até serem aceites pelos nossos Serviços Aeronáuticos, a INAC.
Rapidamente elas evoluíram, para os dois lugares e muitos pilotos apareceram, embora tivessem o comando dos pés, ao contrário do que era normal em todos os aviões...
Por este motivo, quem já era piloto de aviões, teve de efectuar a sua alteração.
Os aparelhos feitos de TUBO e TELA, os Ultra Ligeiros Motorizados, (ULM) também encontraram em Portugal, muitas dificuldades de aceitação, embora actualmente, já sejam aceites como instrumentos de muita segurança e onde muitas dezenas de pilotos tiveram a possibilidade de aprender a pilotar e adquirirem o seu próprio aparelho.

A primeira Escola que apareceu em Portugal, era a AEROSTATO, em 1985, e que funcionava em Évora. No ano seguinte, saltaram para lagoa da Albufeira, e em 1991, para uma pista em Pegões, já com o nome de AEROLAZER, nome porque ainda hoje é conhecida, e instalada em Benavente, finalmente em magníficas instalações.

Desde o seu início em Portugal, que os seus principais entusiastas, são Fernando Rodrigues e Carlos Franco.

As ASAS DELTA , entretanto, foram e estão a ser muito usadas no Brasil, onde encontraram muita aceitação. Tem sido SEMPRE a burocracia dos governos, que emperram a vontade das pessoas fazerem coisas interessantes, o que tem obrigado a muita gente ir "fugindo com o rabo à polícia"... enquanto vai fazendo alguma coisa, sempre na esperança de que haja mais colaboração estatal..., a menos que continuemos a viver como há mais de 140 anos, como dizia Eça de Queiroz...

É de louvar o trabalho feito por alguns, em prol dos outros, como é o caso de Julio Cesar, que publicou uma obra dedicada à aviação ULM portuguesa, com todas as pistas e características de cada uma, já há uma data de anos, e às suas custas.

Pode ter acesso a esta obra, em:

http://www.aerodromo-cascais.pt/


( Fim da crónica nº.4 )


2 comentários:

Joaquim Nogueira disse...

BOM TRABALHO Um abraço

tibeu disse...

Lindo este trabalho, só o Mário para nos aliciar com estas coisas. Vim por aqui deixar um beijo de amizade